Obra de arte

Eu brinco com as palavras, e é como se elas fossem as únicas capazes de me entender. Grito minha angústia no papel e pinto em cores vivas sentimentos que tomam posse do meu eu. Traço em linha reta todas as curvas da minha história, rimo palavras soltas até que completem umas as outras, até que se tornem um conjunto, uma só.

Eu tento me preencher, achar respostas dentro do dicionário de emoções que sou, mas tudo parece tão perdido e desorganizado. Procuro minhas cores certas, meu traço perfeito, minha poesia mais bela, porém, respostas ainda não tenho. Se é tudo uma questão de vivência, talvez eu ainda tenha muito tempo para me descobrir. Descobrir se sou do mundo ou se essa porção de coisas misturadas e sem sentido é o mundo que há em mim.

Eu sou uma obra de arte eternamente inacabada, com seus traços infinitos e historias mal contadas.

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